quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cap 1 - Leon


Estava lá eu, viajando para a Rússia, ou melhor, me mudando para a Rússia, o por quê? Meu pai é um espião da CIA e foi transferido em missão. E eu como filho de espião tive de seguir essa droga de profissão e ir junto para a tal missão.

Minha vida mudou de vez, não poderia mencionar os EUA, perderia meus amigos (como se tivesse muitos), tinha de mudar de nome e participar desta missão idiota! Estudar em colégio russo ia ser uma droga, só o que eles fazem lá é xingar os estadunidenses, ou seja, nós, para piorar ia ter de aguentar tudo calado! DROGA!

-Filho, o seu nome será Leon Spriicher! Terá de se camuflar entre os outros adolescentes e se aproximar de Sarín Guerguiev. E já te matriculei numa escola de língua russa.

-Aff! –Comentei enquanto olhava da janela do avião a paisagem entre as nuvens. País idiota!

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-Quero matricular meu filho aqui! –Diz meu pai em russo para um homem de meia idade atrás da bancada da secretaria. Sorri sinicamente enquanto folheava um livro russo.

-É um livro muito bom! –Comenta o homem em russo, meu pai disse algo rápido que não entendi e então fomos embora depois de tudo encerrado.

-Consegui te matricular. Você começará amanhã! –Meu pai sorri e eu finjo prestar atenção ao livro russo. Ótimo, estou num colégio russo, vamos festejar! Como se eu me importasse.

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Abri meus olhos enquanto visualizava meu novo quarto. Fora que ele era 10 vezes menor que meu antigo quarto e meu aparelho novíssimo de som tinha sido trocado por um AM antigo estava calmo, pelo menos agora era uma suíte. Fui para o banheiro e abrindo o chuveiro molhei meu corpo enquanto pensava em como ira falar com essa “Sarín”. Se ela estivesse nos EUA seria zoada por esse nome. Não importa. Fechei o chuveiro e coloquei uma roupa para o colégio.

Cheguei ao colégio sendo alvo dos olhares. Enquanto tentava me lembrar da foto que o espião Millome deu para que eu pesquisasse sobre Sarín, adentrava o enorme colégio de paredes desgastadas. E enquanto visualizava o local percebi duas garotas se aproximando de mim. Uma era morena de cabelos curtos picotados e olhos escuros esverdeados, aparentando uns vinte anos e a outra era morena de cabelos longos e castanhos e olhos também negro-esverdeados. Sorri amarelo enquanto a mais velha falava:

-Não precisa fingir pra mim Leon! –Ela estendeu a mão, estendi a minha também e ela olhou para o lado deixando um envelope em minha palma -Vá para o banheiro e veja!- disse em russo - Adeus e muito prazer em conhecê-lo! –Ela sorri e continua em russo - Essa é minha irmã Kate e eu sou Jane, espero que você esteja sempre “contando as novidades” para a minha maninha!

-OK! –Respondi enquanto escondia no coz da calça. Sorri e fui para o banheiro onde me tranquei e abri o envelope cor pastel. Dentro dele tinha uma espécie de ficha com uma foto presa por um clipe:



"Nome: Sarin Guerguiev Malizth Kich.

Perfil: Magra, Loira, olhos verdes.
Idade: 15 anos.

Pai: Rakuashivik Guerguiev.
Mãe: Michenne Malizath Kich Guerguiev.
Irmãos: Kunashumaaki (20), Krisher (18), Rulline (17).

Gostos: Estudos, diversão, ficção, coisas de novela, massas, doces, invenções malucas, desafios.
Odeia: Gente que a magoa, mentiras, falta de inteligência.
Profissão que gosta: Astronauta; sempre quis ver a Lua como Yuri Gagarin!
Cor: Branco com vermelho.

Obs.: É desastrada, super desastrada


Jane Poynter - Coordenadora


Kate Poynter - Sub "



Entediado coloquei a folha dentro da mochila e fui formar para cantar aquele hino russo e sem graça, então assim que olhei para minha forma vi Sarín amarrando o tênis enquanto o pessoal formava. Fiquei ao seu lado na forma. Ela me olhou e sorriu. Para uma russa ela era bem bonita, era loira de olhos verdes e brilhantes. Então tocaram o hino, eu fingi cantar em russo e logo após fomos para a sala.

-Oi! –Disse Kate animada enquanto se sentava na minha frente, não podia respondê-la, não sabia se ela realmente era irmã da coordenadora. Apenas fingi sorrir esperando o professor chegar. Nada. Então enfim, quando ia encostar a cabeça na mesa para dormir a porcaria de um alarme começou a soar. A turma se levantou rapido e eu tive que seguir correndo.

-Esqueceu? –pergunta Kate enquanto sorria.

-Não! –Disse enquanto descia as escadas para o que parecia o porão. Kate explicou que era uma proteção anti-bomba.

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-Você não se aproximou dela! VOCÊ fez tudo errado! –Gritou Jane no meu ouvido.


-Não fiz nada! Não deu! E pare de gritar no meu ouvido! –Devolvi e meu pai me olhou de cara feia.


-Exato! Nada, define exatamente o que você fez, ou melhor, deixou de fazer! Eu fiz um esquema! Você não o seguiu! Olhe! Aqui, décima primeira página, primeiro dia conhecê-la, 2º e 3º dias ganhar sua confiança, 4º tentar tirar as coisas aos poucos e no 8º dia beijá-la! Ela lhe contará tudo! –Bem, ai eu não aguentei, me levante e gritei com ela:


-Eu sei que eu tenho que seguir a profissão do meu pai, mas essa porcaria não! Eu beijo quem eu quero! Eu faço como quero! Recebo ordens de quem eu quero! Dá pra entender ou eu preciso desenhar?! –Jane provavelmente ia me dar uma tapa e eu também não estava com vontade de continuar aquela discução então subi para meu “little room”. Bem, ali eu ñ tinha que ficar escutando “TITITI” e muito menos outras idiotices. Naquele dia pedi para que dona Dora levasse o jantar para meu quarto. Dona Dora também era espiã, mas ela era mais rebaixada, servia como “empregada” para os espiões.


-Aconteceu alguma coisa senhor Leon? –Eu ainda tinha de me acostumar com aquele nome.


-Não Dora! Obrigado! –Disse enquanto a fechava do lado de fora do meu quarto. Sentei na cama com o prato e li o jornal enquanto comia:

" Sarín, a filha mais nova.
Sendo Sarín Guerguiev a filha mais nova, como mencionamos na edição de ontem, da qual falamos sobre Rolline, a rebelde da família. Sarín é diferente de sua irmã, sendo mais sorridente e simpática.
Filha do ministro Rakuashivik Guerguiev, Sarín tende a ser mais parecida com o pai em aspectos de responsabilidade com o povo. Seus irmãos em si são todos perfeitos.
Sarín Guerguiev estuda num colégio que foi desenvolvido para os que tendem a como ela serem lideres natos e de mente aberta, que acima de tudo seguem a risca o modelo socialista de Karl Max e vivem o ideal de nacionalismo como Rakuashivic, que hoje fez obras de caridade para a população.
Mais sobre o ministro Rakuashivic
Guerguiev e suas obras de caridade na pag. 17."

-Jornal besta! Não me ajudou em nada. Tudo que falou sobre ela eu já sabia! –Rasguei o jornal, amassei fazendo uma bola deformada e depois o joguei na lixeira fazendo cesta e terminei meu jantar, deixando o prato sobre o criado mudo fui ligar o radio. Depois de uma novela chata e um jornal achei uma que tocava Beethoven, não era bem meu estilo, mas era a melhor opção do momento. Assim que deitei na cama ouvi alguém bater na porta:

-Posso entrar? –Era Jane. Sem vontade de escutar o seu sermão, pois ela NÃO era minha mãe, já que está ficará nos EUA, e sim uma “amiga” de meu pai respondi grosso:


-Não!


-Eu queria me desculpar, deixe-me entrar Daniel! –Aleluia! Alguém finalmente se tocou que meu nome é Daniel! Feliz por ser chamado assim pela 1ª vez desde que desembarquei abri a porta e desliguei o rádio.


-O que você estava fazendo? –Pergunta ela ao entrar.


-Nada! –Ela não tinha dito que queria se desculpar?! Que saco. Joguei-me na cama e esperei ela começar com as desculpas.


-Bem, eu queria me desculpar pela forma grosseira como falei com você.


-Aleluia! Pensei que tivesse de ficar isolado pelo resto da vida! –Disse sinico.

Ela olhou para baixo sorrindo sinicamente -Daniel... –Levantei a cabeça para olhá-la - VOCÊ TEM QUE CONSEGUIR LOGO! –Dito isso ela sai do quarto. Que jeito gentil de se pedir algo... Levantei meio sonolento para fechar a janela, mas parei para olhar enquanto um garoto saia da casa da frente acelerando um Volkswagen e dois homens conversavam.


-Parece que amanhã a Sarín vai vir com o pai até a casa do doutor Samuel.


-É! Parece que o ministro quer casá-la com o filho do doutor.


-Still Bryon? O maluco do Volkswagen?


-Esse mesmo.


-Coitada da "princesa"...


-Também acho!


-Eu vou avisá-la! Ela não pode se casar com esse inconseqüente. A princesa russa é muito caridosae gentil com todos!


-É. Mas vamos parar de conversa porque o doutor está chegando.


-Alguém viu meu filho? –pergunta o doutor.


-Não doutor. –disseram em uníssono.


-Obrigado! Boa noite. –Fechei a janela e fui dormir, já tinha a informação que precisava, Sarín era conhecida como "princesinha russa", fazia caridade com seu pai, e tinha um encontro muito oportuno amanhã. Ótima oportunidade para uma espionagem. Senti um pouco de pena da menina, afinal seu pai queria casá-la com um garoto "louquinho da cabeça"...


-Senhor Leon, Já preparei a sua cama e o seu material para amanhã, quer mais alguma coisa? –Perguntou Dora antes de sair.


-Não Dora, Obrigado. –Dora sai do meu quarto e eu me deito ligando antes a televisão. A imagem preta e branca mostrava um homem que contava as novidades daquele dia, ou seja, telejornal. Não escutei nem meia palavra e desliguei a televisão indo dormir. No outro dia ia enfim fazer a segunda parte do meu plano.Adormeci.


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No dia seguinte:

Levantei e fui tomar um banho quente. Estava um dia nublado e frio, não muito diferente do que costumava ser, mas estava até bom. Coloquei um casaco e a roupa do colégio. Desci até a cozinha e vi meu pai já saindo.


-Tchau Leon. –Disse ele antes de sair. Eu não estava com paciência para ele, então engoli um pão e fui pra escola.

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