terça-feira, 24 de novembro de 2009

cap 13 - Leon


Eu não podia deixar que o amor da minha vida se casasse. Era o mesmo que o mesmo que dar um prato de batata frita sem receber nada em troca, não que a Sarin fosse batata frita ou qualquer outra comida. Eu precisava fazer algo. Deixei Sarin em casa e fui correr na rodovia, aquela cidade era realmente era parada!


O moskvitch não era meu, óbvio, era da Jane e eu estava torcendo pra que acontecesse um terremoto e o carro fosse engolido. O carro, não eu! É óbvio que eu sabia que era muito improvável um terremoto acontecer no meio da Rússia! Com sorte eu conseguiria um pequeno deslize de terra, mas não importa.


Eu corria a mais de 100 km/h, a cidade passava como feixes de luz pelo retrovisor. Eu só queria esquecer tudo, esquecer todos os problemas. A velocidade não era o bastante pra afastar os pensamentos! Freei bruscamente virando o volante, me senti o próprio James Bond quando o carro parou na terra sem ao menos uma capotagem. Suspirei e encostei a cabeça no volante. Meu momento "James Bond" passou e os problemas voltaram a minha cabeça. Fechei os olhos tentando achar uma solução que não aparecia.


-Mas que droga de vida! Agora eu tenho que pensar em como estragar um casamento e fugir com a filha de um importante político Russo pros EUA sem ser preso e possivelmente sem o apoio da CIA! Que otimo! -Eu sentia meu sangue ferver nas veias e suava mesmo no frio eminente, mas se eu continuasse a dirigir daquele jeito ou eu ia acabar morto, ou preso. No fim dava no mesmo, porque se eu fosse preso Jane me matava.


Saltei do carro e andei até um aglomerado de pedras próximo, escalei-o até quase a metade, pois as pedras eram muito escorregadias e sentei-me ali. Fechei meus olhos e tentei visualizar a situação. A única coisa que consegui foi me sentir mergulhado em um abismo sem uma corda, ou alguém pra me puxar, senti como se tivessem me tirado o coração. Que ótimo agora eu estava virando um sentimental!


A que ponto uma pessoa pode mudar por outra? A que ponto um apaixonado chegaria pela pessoa amada? Seria eu capaz de esgotar todas as minhas forças, todas as minhas chances, tudo em nome do amor?! Sei que quem ama salva, mas e se pra salvar fosse preciso morrer? Seria eu capaz? SIM!


Eu havia mudado sem sentir. E agora essa mudança pesava sobre meus ombros. Que droga! Pulei. Não sei bem o que me deu na cabeça, sorte que onde eu estava não era muito alto então consegui parar "relativamente" de pé. Fui pro carro chutando a terra e voltei a acelerar. Não sabia mais sequer o que eu queria! Eu só queria um plano... Era isso! Essa era a resposta! Um plano! Acelerei mais e fui formulando o plano em pensamento. Finalmente encontrei uma solução. Eu descobri pra onde vou!


Cheguei em casa pouco tempo depois batendo a porta, todos olharam pra mim.

-Kate, quero falar só com você. Depois! -Subi correndo sem nem ouvir sua resposta. O plano borbulhava em minha mente.


Entrei no banheiro já me despindo e deixei a água quente do chuveiro relaxar meus músculos. Sai do banho em poucos minutos e vesti uma roupa limpa. Quando entrei no quarto Kate já estava sentada na minha cama.



- O que você quer? -Perguntou ela sem interesse.


-Sarin vai se casar e eu tenho um plano pra impedir.


-Como é?! Mas ela... Você... -Ela começou a balbuciar palavras desconexas andando de um lado pro outro.


-Kate, eu disse que tenho um plano.


-Não dá! Tenho que pensar em um plano! -Eu realmente ia arrancar a cabeça daquela garota! Será que alguém poderia me escutar pelo menos uma vez?!


-KATE!!! Eu disse que tenho um plano! -Gritei segurando-a pelos ombros. Ela me olhou meio assustada e se jogou na minha cama olhando o teto.


-Qual o plano? -Dá pra acreditar nessa garota?! Agora mesmo ela estava tendo uma crise histérica e agora agia como se nada tivesse acontecido. Revirei os olhos e dando um sorriso malicioso sentei na cama e comecei a explicar o plano. O meu plano.


-Certo. Então é isso que faremos. -Respondeu ela assim que eu terminei.


-Já que você entendeu tudo, eu já vou indo. -O carro de Jane não estava na garagem como eu esperava, mas o do meu pai estava. Sorri e peguei as chaves quase que voando na estrada. Estacionei em um canto escuro próximo a casa de Sarin e escalei sem ser visto até seu quarto.


Lá estava ela, exprerimentando o vestido de noiva e reclamando das agulhas que a espetavam. Quase comecei a gargalhar do vestido que mais se adequava a minha avó.


-Sarin, já volto. -Disse a mãe dela espetando uma última agulha no vestido e saindo.


-Não sabia que você gostava de vestidos antigos. -Disse rindo ao terminar de pular a janela. -Ela riu.


-Nem diga. Acho que estou ficando insana por aguentar isso. -Disse ela.


-Insana você já era, por me aguentar. -Disse rindo. Ela sorriu amarelo e voltou a falar, triste.


-Eu não quero me casar com Still! Quero me casar com você. -Disse vindo me abraçar meio vermelha. Eu sabia que isso não ia dar certo. Ela tropeçou na barra do vestido e caiu em cima de mim. Senti uma daquelas agulhas gigantes "rasgar" meu braço. Tirei com cuidado Sarin de cima de mim, tentando fazer com que ela não visse o sangue. Não deu certo.


-Você está sangrando!


-Foi só um arranhão. -Tentei não fazer cara de dor ao falar. Ela tentou limpar um pouco do sangue mas acabou sujando o vestido no desespero.


-Está sangrando! Está sangrando! -Agora eu tenho certeza. Ninguém me ouve! E além do mais desde que eu cheguei aqui todos os meus planos deram errado. Acho que a falta de coca cola afeta do cérebro!


-Sarin! Agora é você que está toda suja de sangue. Como é que vai explicar isso? -Disse afastando-a. Ela engoliu em seco e agiu rápido e sem pensar. Em 1 segundo cortou a mão com uma agulha e o sangue escorreu. Não dava pra acreditar. O que essa menina tem na cabeça?!


-Pronto! -Disse ela sorrindo e jogando as agulhas que prendiam o vestido no chão. O pedaço de pano que pendia de seu corpo agora tinha algumas manchas vermelhas de sangue.


-Mas, Sarin... -Ela me silenciou pondo um dedo em meus lábios.


-Daniel, prometa que nunca vai me esquecer... -Disse chorando e me abraçando.


-Calma. Não vou te esquecer porque vou estar sempre com você. -Disse afagando seus cabelos. Escutei os passos de alguém no corredor e me despedi de Sarin com um beijo silencioso pulando a janela em seguida.


Entrei no carro e acelerei pra casa com o braço parecendo em brasa e sangrando. Agora minha meta era o casamento de Sarin em uma semana.

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